Nas últimas 3 jornadas o Boavista conseguiu sair duma série negra (3 empates e 9 derrotas em 12 jogos) fazendo 7 pontos com um total de 6 golos marcados e apenas um sofrido. O que explica este sucesso que permitiu à equipa do Bessa sair da zona de água? Sem dúvida que os reforços foram essenciais para os pupilos de Sanchez, no entanto na equipa actual ainda só entraram 2 para o onze titular!
Com o ingresso de Rúben Ribeiro a equipa conseguiu finalmente ter um transportador de jogo, alguém que é capaz de segurar a bola e desmarcar os colegas com passes firmes e acertados. Esta foi sem dúvida uma mais-valia para a equipa que não tinha fio de jogo. Com uma construção de jogo mais racional o Boavista consegue neste momento jogar pelo corredor central abrindo espaço para os extremos criarem linhas de passe. Irriberi é um avançado que vem dar mais soluções à equipa, joga bem com os pés e apesar da sua estatura não ser muito elevada (1.80m) é um avançado que possui um excelente jogo aéreo (já marcou contra o Tondela).
O que melhorou o Boavista?
Defensivamente: Sem dúvida que Sanchez consciencializou das debilidades do plantel e após a derrota por 3-0 contra o Moreirense, decidiu abandonar o habitual 4-4-2 losango e passou a jogar num 4-2-3-1 bastante compacto a defender. As debilidades técnicas da equipa eram acentuadas e claro que seria impensável uma equipa manter-se na I liga defendendo apenas com 5 homens (4 defesas e Idris) enquanto que os restantes se posicionavam bastante distantes da defesa à espera da bola.
Neste momento o Boavista apresenta uma equipa com 10 homens a defender, tendo os extremos a ajudar os laterais nas missões defensivas e os dois trincos fazendo pressão aos médios à entrada da área. Rúben Ribeiro assume o papel de pressão mais alta entre os médios da equipa adversária e Irriberi pressiona a defesa impedindo a livre circulação pela zona interior. Desta forma a equipa conseguiu reduzir o saldo negativo que tinha dos últimos 4 jogos (0 golos marcados - 10 sofridos).
Melhorias e forma de atacar
Com uma defesa mais consistente a equipa conseguiu trazer de volta a confiança que é sem dúvida a uma das chaves deste sucesso (Caso de Mika). Com um conjunto compacto a defender, ofensivamente Rúben Ribeiro assume a missão de transportador de jogo em que tem liberdade para assumir passes de risco e incursões ofensivas devido à cobertura defensiva oferecida pelos dois médios mais defensivos. Esta construção de jogo ainda peca essencialmente pela não subida dos laterais (Afonso Figueiredo e Tiago Mesquita) que ficam na cobertura ofensiva em vez de oferecer um apoio na ala. Este é ainda um aspecto a melhorar visto que o aproveitamento ofensivo tem sido essencialmente nas bolas paradas (5 em 6 dos golos marcados nestas 3 jornadas). A equipa necessita dum bloco mais compacto no ataque tal como consegue a defender, desta feita ataca praticamente com apenas 4 homens tornando-se um alvo fácil para equipas que defendam num bloco baixo.
Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar com o VM aqui!): André Mendes